quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Dia 4: Ferramentas para meditar

Simplesmente olhe pra dentro
A meditação pode ser praticada a qualquer hora do dia. Muitas pessoas preferem a manhã, pela quietude e para assegurar a continuidade da prática. Outras evitam as manhãs porque acham difícil se manterem acordadas. Algumas pessoas meditam ao meio-dia para refrescar a mente antes de voltar ao trabalho ou aos estudos e para reabrir a mente criativa. Outras evitam o meio-dia porque têm sono ou porque sempre surgem problemas cotidianos inesperados. Outras simplesmente não conseguem encontrar um lugar propício para meditar. É necessário ressaltar que a meditação praticada de barriga cheia pode ser muito difícil devido a vários fatores. A noite pode ser o momento mais tranquilo na casa de algumas pessoas, mas o meditador sempre corre o risco de ser induzido ao sono. Mesmo assim é recomendável meditar pelo menos cinco minutos antes de deitar.

Além da rotina na prática, outro fator temporal é a duração de cada sessão de meditação. Podemos meditar meia hora ao acordar, meia hora no meio-dia e meia-hora à noite. Podemos meditar cinco minutos logo ao acordar e uma hora, inteira, depois do café da manhã. As combinações são infinitas, mas a rotina diária não pode ser quebrada, especialmente no início. A duração das sessões costuma ser a nossa desculpa mais comum para não enfrentarmos uma prática desconhecida, entediante, incômoda... No entanto, cinco minutos diários já fazem uma grande diferença e meia hora pode ser obtida revisando o tempo gasto na internet, na televisão, em jogos e outras atividades menos benéficas.

O local de meditação não precisa ser especialmente silencioso nem confortável, mas tampouco é recomendável meditar no meio da rua ou cercado de pessoas falando. Muitos meditadores criam seus próprios espaços em casa, para reforçar os estados mentais positivos da meditação através da indução pela repetição. Eles reservam uma área pessoal, limpa e silenciosa decorada com cores, cheiros e imagens relaxantes ou de inspiração religiosa ou filosófica. Muitas pessoas só meditam em templos, ou somente em espaços naturais abertos ou somente em grupo. Todos os ingredientes do ambiente externo podem influenciar a meditação, mas com a experiência eles se tornam apenas detalhes. Meditar pode ser descrito como “olhar para dentro”.

A postura é muito importante para a manutenção dos estados meditativos e também serve como objeto de foco mental. Ela costuma ser o assunto mais presente nas perguntas dos principiantes e muitas vezes a busca por uma postura ideal acaba prejudicando a obtenção dos primeiros benefícios que estimulariam a continuidade da prática. Este não é um manual técnico de meditação, portanto só vamos falar de posturas ao vivo, nas sessões de meditação em grupo. Este mesmo princípio mesmo se aplica ao uso da respiração, do foco nas sensações corporais e da observação objetiva dos pensamentos e emoções.

Outras ferramentas comuns nas práticas meditativas são músicas, movimentos corporais, emissão de sons específicos, recitação dos nomes de Deus, foco em virtudes humanas, orações, mantras, terços, imagens visualizadas internamente ou contempladas objetivamente. Falaremos mais sobre estas últimas ferramentas ao longo dos capítulos sobre a meditação nas diferentes culturas humanas.

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Quem sou eu

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Tenho 38 anos e sou brasileiro-espanhol. Sou faixa preta shodan e discípulo, desde 1999, do Mestre Luiz Rodolfo Ortiz, 8º dan de Karate e 5º dan de Kobudô. Minha faixa de Jiu-Jitsu Brasileiro é roxa. Dou aulas de Segunda a Sábado no Dojô CiB em Copacabana. Sou bacharel pela UFRJ e também formado em Ilustração pela Escola Massana da Universidade Autônoma de Barcelona.